UM DESBRAVADOR DE TOUROS DO PASSADO
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
É a Touros que fica na esquina do Rio Grande do Norte, dividindo o litoral
leste e norte do Brasil, o berço de Antônio Nilson Patriota, tourense da rua do
Capim que, escrevendo em prosa e verso, "pôs Touros no mapa".
Filho de uma costureira e de um comerciante afeito à poesia de violão, Patriota
estudou pouco e trabalhou desde cedo, no comércio. Todos gostavam dele. Já aos
22, publicou crônicas no jornal oficial do governador e virou funcionário do
Fisco, pela mão do amigo Dinarte Mariz -que, depois, o levou para dirigir a
rádio Nordeste. Passou ainda por jornais em Belém, Recife e Rio de Janeiro.
Elegeu-se deputado "com a ajuda da rádio", mas desistiu, ao não
conseguir outro mandato. Mergulhou então nas histórias de infância para
escrever as crônicas de "Vôo de Pássaro", de 1978. Seguiu com
"Itajubá Esquecido", ensaio biográfico sobre o poeta Ferreira
Itajubá. E enveredou de vez na descrição da cidade em "Touros - uma Cidade
do Brasil", publicada pelo Departamento Estadual de Imprensa, que dirigiu.
Presidente do Conselho Estadual de Cultura, ocupava a oitava cadeira da
Academia Norte-Riograndense de Letras. A cruzada pessoal, realizou no romance
"Um Gosto Amargo de Fim", em que traça a trajetória de Justino,
"desbravador de uma Touros do passado, que põe a cidade no mapa, mas morre
no anonimato", diz um dos cinco filhos. Patriota morreu sábado, aos 77, de
câncer.
FONTE UOL
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